Tomé...
Gemeo, Incredulo,"filho de Cristo"...Apostólo?
As faces de um Apostólo .
Representação evangelica da cena que Cristo Aparece para os seus discipulos.
Jo 20,24-29
Acontece que Tomé, um dos discípulos, que era chamado de "o Gêmeo", não estava com eles quando Jesus chegou. Então os outros discípulos disseram a Tomé:
- Nós vimos o Senhor!
Ele respondeu:
- Se eu não vir o sinal dos pregos nas mãos dele, e não tocar ali com o meu dedo, e também se não puser a minha mão no lado dele, não vou crer!
Uma semana depois, os discípulos de Jesus estavam outra vez reunidos ali com as portas trancadas, e Tomé estava com eles. Jesus chegou, ficou no meio deles e disse:
- Que a paz esteja com vocês!
Em seguida disse a Tomé:
- Veja as minhas mãos e ponha o seu dedo nelas. Estenda a mão e ponha no meu lado. Pare de duvidar e creia!
Então Tomé exclamou:
- Meu Senhor e meu Deus!
- Você creu porque me viu? - disse Jesus. - Felizes são os que não viram, mas assim mesmo creram!
Nome e Identidade:
Alguns
teólogos têm mantido discordâncias a respeito da verdadeira identidade de São Tomé.
Tomé não é propriamente um
prenome, mas sim a palavra equivalente a
gêmeo, vindo do
aramaico Tau'ma (
תום), e posteriormente traduzida para o
grego Didymus. Essa palavra aparece composta com o prenome
Judas nalguns trechos bíblicos. Muito se discute de quem esse
Judas Tomé seria irmão gêmeo. Outros, inclusive, acreditam se tratar de
Judas Tadeu, irmão de
Tiago Menor, tendo-se confundido-o com uma terceira pessoa apenas porque seu nome teria aparecido com a
alcunha Gêmeo algumas vezes em vez de
Tadeu. Essa suspeita é reforçada por não haver um consenso histórico sobre quem seriam verdadeiramente os doze
apóstolos, havendo indicativos no
Novo Testamento sobre outros possíveis seguidores escolhidos por Jesus para ser um dos doze.
Fato é que a
tradição católica e
ortodoxa, bem como fortíssimos indícios indianos dos católicos nativos de
Malabar, apoiam a existência deste
apóstolo, sua missão evangelizadora e seu
martírio. De fato, no
século XVI os portugueses que chegaram à região disseram ter descoberto a
cripta do santo, suas
relíquias e, inclusive, um pedaço de uma das lanças com as quais fora morto com o sangue ainda coagulado. Acrescente-se a isto que todos os antigos
martirológios mencionam a ida de
São Tomé à
Índia, sua pregação e seu
martírio, transpassado por lanças empunhadas por
hindus.
O
Evangelho de Tomé presente na
biblioteca de Nag Hammadi assim se inicia:
Esses são os ditos secretos que o Jesus vivo disse e Judas Tomé Dídimo registrou. Tradições
sírias também alegam que o nome completo do apóstolo era Judas Tomé, ou
Jude Tomé. Alguns dizem ter visto nos
Atos de Tomé (escrito na Síria oriental entre os séculos II e III) uma identificação de São Tomé com o apóstolo
Judas Tadeu, filho de Tiago. No entanto, a primeira frase desse Atos segue os Evangelhos e os
Atos dos Apóstolos, distinguindo os apóstolos Judas Tomé e Judas Tadeu.
Poucos textos determinam o irmão gêmeo de Tomé, apesar de que no
Livro de Tomé o Adversário, também integrante nos manuscritos de Nag Hammadi, identifica-se Jesus como seu irmão:
Agora, haja vista que foi dito ser tu meu gêmeo e verdadeiro companheiro, examina-te a ti mesmo.[2]
No Evangelho de João
São Tomé aparece numas poucas passagens no
Evangelho de João. Em João 11:16, quando
Lázaro morre, os discípulos resistem à decisão de Jesus para que retornem à
Judéia, onde os
judeus tentaram apedrejar Jesus. O Mestre está determinado, mas é Tomé que toma a palavra final:
Vamos todos, pois poderemos morrer com Ele. Alguns interpretam esse como uma antecipação ao conceito teológico
paulínio de
morrer com Cristo.
Ele também fala na
Última Ceia em João 14:5. Jesus assegura seus discípulos que eles sabem aonde ele irá, mas Tomé protesta que eles não sabem de fato. Jesus retruca a ele aos pedidos de
Filipe com uma complexa exposição de seu relacionamento com O Pai.
A aparição mais famosa de Tomé no Novo Testamento está em João 20:24-29, quando duvida da ressurreição de Jesus e exige que necessita sentir Suas chagas antes de se convencer. Essa passagem é a origem da expressão
Tomé o Incrédulo bem como de diversas tradições populares similares, tal como
Fulano é feito São Tomé: precisa ver para crer.. Após ver Jesus vivo, Tomé professa sua fé em Jesus; a partir de então ele é considerado
Tomé o Crente.
[3]
Os Varios Relatos de Sua Caminhada:
Da mesma forma que se acredita que
Pedro e
Paulo disseminaram as sementes do cristianismo pela
Grécia e
Roma,
Marcos pelo
Egito e
João pela
Síria e
Ásia Menor, Tomé teria levado a Palavra à
Índia, tendo sido o primeiro dos
Católicos do Leste. Como "prova" das passagens de São Tomé pelo mundo, são-lhe atribuídas formas e marcas em pedras que se assemelham a pegadas, algumas de tamanho gigantesco. É o caso, por exemplo, da lenda sobre a "pegada" no
Pico de Adão.
Assunção de Maria
De acordo com A passagem de Maria, um texto da Alta Idade Média atribuído a José de Arimatéia, Tomé foi a única testemunha da Ascensão de Maria aos céus. Os outros apóstolos foram miraculosamente transportados a Jerusalém para observar sua morte. Tomé, que já estava na Índia, após o funeral fora transportado à tumba dela, onde testemunhou o corpo de Maria subir aos céus, jogando-lhe seu cinto. Numa inversão à imagem de ceticismo vinculada a Tomé, os outros apóstolos é que duvidaram de seu relato até verem a tumba vazia e o cinto.[4] O recebimento do cinto por Tomé é representado várias vezes na arte medieval e pré-Tridentina.
Síria
-
- (…)A qual terra devo me refugiar do justo?
- Eu instiguei a Morte para os Apóstolos assassinar, e por suas mortes eu de suas investidas escapar.
- Mas fui duramente atingido: o Apóstolo que matei em Índia subjugou-me em Edessa; aqui e lá ele está em sua plenitude.
- Lá fui eu, e lá estava ele: aqui e lá para minha aflição o encontrei.[6]
A tradição mantida pela igreja de Edessa que afirma ser Tomé o Apóstolo da Índia gerou inúmeras fábulas também atribuídas a Santo efreu, copiadas em códices dos séculos VIII e IX. Referências nas fábulas preservam a crença de que os ossos de Tomé foram trazidos da Índia a Edessa por um mercador, e que as relíquias operam milagres tanto em Índia quanto em Edessa. Um pontífice determinou o dia dedicado ao santo e um templo a ele foi erguido. As tradições tomasianas ganharam corpo na liturgia siríaca.
Durante o
século IV, o memorial erguido no suposto local do martírio de Tomé atraiu peregrinos a Edessa, para a veneração de seus restos. Nos anos de 380 d.C.,
Santa Egeria descreveu sua visita ao local em carta enviada à sua irmandade (
Itineraria Egeriae):
-
- Nós chegamos em Edessa em nome de Cristo nosso Senhor, e, em nossa chegada, dirigimo-nos diretamente à igreja e memorial de São Tomé. Lá, conforme os costumes locais, orações foram feitas e outras coisas costumeiras aos lugares santos; nós também lemos algo relevante a São Tomé em si. A igreja de lá é muito grande, muito bonita e recém-construída, merecedora de ser a casa do Senhor, e como havia muito que eu desejava ver, foi-me necessário lá permanecer por três dias.
Segundo as escrituras foi em resposta a ele que Jesus introduziu o mistério trinitário: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. Se vocês me conhecem, conhecerão também meu Pai...".
Seu Martirio
Segundo o bispo Eusébio de Cesaréia, do século IV, depois da morte de Jesus, o discípulo evangelizou a Pártia e, pela a tradição cristã posterior, estendeu seu apostolado à Pérsia e à Índia, onde é reconhecido como fundador da Igreja dos Cristãos Sírios Malabares ou Igreja dos Cristãos de São Tomé. Consta que foi martirizado e morto (53) pelo rei de Milapura, na cidade indiana de Madras, onde ficam o monte São Tomé e a catedral de mesmo nome, supostamente local de seu sepultamento. Historiadores acreditam que o apóstolo foi morto a flechadas, quando orava. Sucumbiu como líder e mártir, como o crente fiel que Jesus lhe pediu. Suas relíquias seriam venerados na Síria e, depois, levadas para o Ocidente e preservadas em Ortona, na Itália. É festejado pelos católicos em 3 de julho.
"Tudo isto torna o Apostólo mais instigante e misterioso de Cristo,mas para nós Católicos, o que importa é sua missão, e evangelização...Para nós, verdadeiros Cristãos, São Tomé é um exemplo de remissão, depois de ter visto o Cristo Ressurgido, começou sua caminhada evangelizadora, até o fim de sua vida."
São Tomé ... Rogai sempre pela conservação de Nossa Fé !!!!!