quarta-feira, 14 de outubro de 2009

FORMAÇÃO CATEQUÉTICA

AS IMAGENS NA TRADIÇÃO DA IGREJA (parte IV)

Diferença entre ídolo e imagem

Chama-se ídolo: uma imagem falsa, um simulacro (ex. Bezerro de ouro - (Ex 32,1-2.4.6) a que se atribui vida própria, conforme explica o profeta:

Habacuc (2, 18) – “De que serve a imagem esculpida para que o escultor a talhe? E o ídolo fundido, que só ensina mentiras, para que o artífice nele ponha a sua confiança, fabricando divindades mudas?”. Eis o que claramente mostra Habacuc, dizendo: “Ai daquele que diz ao pau: Acorda, e a pedra muda: Desperta” (Hab 2, 19).

2Rs 18,4 - mostra que essa serpente foi depois destruída por Ezequias e que esse gesto agradou a Deus; porque o povo a quis adorar como a deusa de nome de Noestã. A imagem da serpente (símbolo da compaixão de Deus Salvador para com seu povo) virara ídolo, substituindo o verdadeiro Deus Javé pela nova deusa “salvadora” Noestã.

Judeus usaram imagens:
Também famosa foi a sinagoga de Dura-Eurôpos, na Babilônia, cujo interior apresentava imagens de Moisés e a sarça ardente, candelabro (Minorá), a saída do Egito, o sacrifício de Abraão e a visão de Ezequiel.
As catacumbas cristãs também apresentam, nas mais diversas formas (esculturas, pinturas e desenhos) imagens bíblicas como a multiplicação dos pães, o Bom Pastor, Noé e o dilúvio, a Virgem Maria, o Peixe (Ichthys), que simbolizava o Cristo, etc.
Os cristãos orientais (ortodoxos) também devotam grande respeito às imagens, as quais chamam de ícones. Os ícones gregos e russos são tidos como os mais belos da iconografia cristã.
Característica do ídolo:
1 - Confunde-se com o verdadeiro e único Deus.
2 - São-lhe atribuídos poderes exclusivamente divinos.
3 - São-lhe oferecidos sacrifícios devidos ao verdadeiro Deus.

A imagem é um objeto que lembra algo fora dele; o ídolo é o ser em si mesmo. A quebra de uma imagem não destrói o ser que representa; já a destruição de um ídolo implica da destruição da falsa divindade.
A Bíblia narra no livro de Josué: “Josué prostrou-se com o rosto em terra diante da arca do Senhor, e assim permaneceu até à tarde, imitando-o todos anciãos de Israel” (Jos 7, 6).

Dulia e latria

Latria: significa adoração e é o culto devido exclusivamente ao verdadeiro e único Deus, nosso Criador e Salvador. Na adoração, reconhecemos Deus como Todo-Poderoso e Senhor do universo.
Dulia: significa homenagem, veneração. São dignas de veneração, no campo religioso, os santos e todas as criaturas que, neste mundo, fizeram e fazem a vontade do Pai, por se tornarem nossos modelos de fé e caridade.
A palavra “dulia” vem do grego “doulos” que significa “servidor”. Dulia em português quer dizer reverência, veneração. Latria é adoração; vem do grego “latreia” que significa serviço ou culto prestados a um soberano senhor.
Aristóteles, sábio filósofo grego, já dizia: “Nada está na mente que não tenha passado pelos sentidos”. A visão de uma imagem desperta na alma pensamentos salutares, o anseio de imitar o santo de sua devoção, a se sacrificar por Jesus crucificado.

Entre os orientais as imagens possuem também grande importância. A grade que fecha o santuário tornou-se uma iconostese, ornada de imagens. Os concílios ecumênicos sempre censuram a exclusão sistemática de imagens como contrária á tradição cristã.

Fonte: Prof. Felipe Aquino. Escritor e Apresentador da Comunidade Canção Nova.

Continua na próxima e última postagem sobre este assunto!
Um abraço!

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